E agora, José?
Agora a cobra fumou Tudo que havia já era Tudo o que tinha quebrou E agora, José? Olhe de perto, através do nevoeiro Mais de perto, mais perto verá Que tudo está quebrado Mas quebrado não há de ficar Não chore, levante a cabeça Que a vida se ajeita E sua hora há de chegar Levante a cabeça e siga, José. Pois somente matando as cobras Finalmente, um dia, se chega lá.
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Poeta burro
Poeta burro Escreve qualquer coisa Mete um rima Mas e se não souber rimar? Fique com sua métrica Não quero suas regras Pra longe com suas rimas Mas deixe as palavras Prosa em verso Ou seria versos em prosa? Pouco importa Só a palavras importam Deixe-me as palavras Brutas e lindas De pedra sai o néctar Mais doce que favo de mel Diga, grite, fale! Berre qualquer coisa Pois nada mais importa Só as palavras importam Depois do fim do mundo
De desafios a vida é feita Barreiras que temos que vencer E se mais que cadáveres adiados somos Um dia há de acontecer Vale a pena, tudo vale a pena Ousemos ser o que não fomos Já que a alma não é pequena E mais que bestas sadias somos No meio do caminho sempre há uma pedra Pegue ela e jogue fora! Tire e atire de sua trilha Tudo aquilo que o que não for agora Ande sim pelo vale da morte E não tema nenhum perigo Pois contigo está a sorte E esta afasta qualquer inimigo Persista, não desista jamais Não deixe o mundo te derrotar Pois antes deste corpo você deixar Seus sonhos se tornarão factuais Depois de sua árdua luta A tão esperada glória virá Celebrará durante dias sua vitória E morrer em paz poderá Afinal, nada na vida é fácil E brava jornada pela frente há Mas quem deseja passar além do Bojador Deve passar também, além da dor. Máquina sem tempo
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AuthorR.B. Vicenti ArchivesCategories |